O momento da fragmentação tripartite (Sem, Cam e Jafet), o início e o fim do dilúvio na fase de regressão Noé do Grande Mercado Global pré-diluviano

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 Livro: O DILÚVIO (Art. 10, Cap. I, 8.;9.;10.;11.; 12., p. 40-42) www.tribodossantos.com.br

  1. O momento da fragmentação tripartite na fase de regressão Noé do Grande Mercado Global. A teoria da genealogia de Adão sublinha o momento em que a fase Noé de depressão do Mercado Global Lamec (o segundo Lamec: Gn 5, 25) pré-diluviano iniciou o processo de fragmentação em três grandes partes: os filhos de Noé: Sem, Cam e Jafet (Gn 5, 32): “com a idade de quinhentos anos, Noé gerou Sem, Cam e Jafet”:[1]

   O Grande Mercado Global pré-diluviano se desenvolveu a partir do processo de expansão, complexidade e interligação de diversos mercados macro-regionais. Todos eles tinham como base a cidade-estado. Focalizamos a data aproximada do processo de formação de cada um dos mercados macro-regionais, e suas respectivas conexões com outros mercados macro-regionais. Alguns desses mercados macro-regionais constituíram-se em épocas anteriores a outros. Cada qual tinha suas especificidades. São eles: o mesopotâmico; o elamita; o egípcio; aquele formado pelas cidades situadas na bacia do rio Indo; o egeu; o hitita; e aquele formado pela Fenícia, Síria e Canaã. Por volta de do ano 2000 a.C. ocorreu, entretanto, que esses diversos mercados macro-regionais convergiram para a formação de uma grande e global rede de mercados macro-regionais. Rede esta que chamamos de “Grande Mercado Global pré-diluviano”. Tratava-se de uma rede global, à medida que essa rede englobava todas as civilizações antigas e próximas entre si. As quais atingiram, àquela época, níveis análogos de expansão e de complexidade de grande mercado.

   O Grande Mercado Global pré-diluviano adentrou, entretanto, em longo e grave processo depressivo, que foi representado, na teoria da genealogia de Adão, no signo Noé, filho de Lamec (o segundo Lamec: Gn 5, 25). A depressão Noé progrediu de crise em crise cada vez mais frequentes e graves, até provocar o início da fragmentação tripartite, que é representada como três filhos de Noé, denominados Sem, Cam e Jafet: Mesopotâmia e adjacências, representadas no signo “Sem”; Egito e adjacências, representados no signo “Cam”; ilhas e costas do Mediterrâneo, representadas no signo “Jafet”. Neste sentido, o exegeta esclarece:[2]

“A forma de um quadro genealógico este capítulo fornece uma tábua dos povos, menos segundo suas afinidades étnicas do que segundo suas relações históricas e geográficas: os filhos de Jafé povoam a Ásia Menor e as ilhas do Mediterrâneo; os filhos de Cam, os países do Sul: Egito, Etiópia, Arábia e Canaã lhes é ligado em lembrança da dominação egípcia sobre esta região; entre esses dois grupos estão os filhos de Sem: Elamitas assírios, arameus e os antepassados dos hebreus.

  1. O início e o fim do dilúvio (grave e prolongada e generalizada convulsão social, e catástrofes ecológicas na fase de regressão Noé do Grande Mercado Global Lamec). O autor da teoria da genealogia de Adão marca tanto o momento que o “dilúvio” teve inicio como o momento que ele teve término, no curso da fase Noé (regressão do Grande Mercado Global chamado Lamec) (Gn 7, 6): “Noé tinha seiscentos anos quando veio o dilúvio sobre a terra. Para escapar à inundação, entrou na arca…

   O Autor mostra o mercado macro-regional egípcio (fim da XII Dinastia e do respectivo Médio Império) como amostra e referência relativa ao processo do “dilúvio”, que consistiu no auge, a mais grave e a última crise do Grande Mercado Global Lamec em processo de depressão Noé. Ou seja, numa convulsão social e ecológica gravíssimo, prolongada e nunca antes vista, que no mercado macro-regional egípcio correspondeu ao II Período Intermediário. O caos diluviano afetou, entretanto, também todos os demais mercados macro-regionais integrantes do Grande Mercado Global, e correspondeu ao fim do Bronze Média. Não podia ser diferente, pois eles estavam articulados entre si, na forma de rede de trocas tanto materiais como simbólicas. Mas, a grávidas e o período afetado variou segundo cada macro-região.[3]

  1. O momento preciso do inicio do dilúvio. O autor da teoria em apreço focaliza o momento exato do início do dilúvio, e também suas características marcantes e os quarenta primeiros “dias” (anos) de sua duração, e ainda o momento que Noé, seus filhos, etc. adentram na arca, (Gn 7, 11- 12): “No ano seiscentos da vida de Noé, no segundo mês no décimo sétimo dia do mês, romperam-se naquele dia todas as fontes do grande abismo, e abriram as barreiras do céus. A chuva caiu sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites. Naquele mesmo dia entrou Noé na arca …”.
  1. O período dos 150 dias (anos) mais graves do dilúvio (Gn 7,24): “As águas cobriram a terra pelo espaço de cento e cinquenta dias”.
  1. O 150º dia: início do processo de esmorecimento do dilúvio. O autor da genealogia de Adão põe em foco o período imediatamente subsequente aos 150 dias de convulsão e caos social generalizado (40 anos de caos social interno, e mais 110 anos sob o domínio dos hicsos). Esse período é quando as “águas revoltas” (convulsão social) do dilúvio começaram a baixar. Isto ocorreu devido às reações das elites que subsistiram e das que se formaram, ambas as quais conseguiram se reorganizar, a partir da XVII Dinastia, e exercer – como que um “forte vento” – coerção política (física) e econômica (submeter e explorar a massa popular). Desse modo, tais elites puderam reorganizar e disciplinar “as fontes do abismo”, isto é, “a produção, os produtos e sua distribuição (fontes), segundo as “relações sociais de produção” (abismo) injustamente hierarquizadas: (Gn 8, 1-2-a) “Ora, Deus (…) fez soprar um vento sobre a terra, e as águas baixaram. As fontes do abismo fecharam-se”. As elites conseguiram reestruturar, ainda, as “barreiras do céu”, isto é, os meios ideológicos (reorganização dos sacerdotes, suas ideologias religiosas e respectivas instituições hierarquizadas) de moldagem da conduta individual, controle e mobilização social: (Gn 8, 2-b): “… fecharam-se assim como as barreiras dos céus e foram retidas as chuvas”. Neste sentido, vejamos, integralmente, o trecho em apreço (Gn 8,1-4):

           “Ora, Deus lembrou-se de Noé, e de todos os animais e de todos os animais domésticos que estavam com ele na arca. Fez soprar um vento forte sobre a terra e as águas baixaram. As fontes do abismo fecharam assim como as barreiras dos céus e foram retidas as chuvas. As águas foram-se retirando progressivamente da terra; e começaram abaixar depois de cento e cinqüenta dias”.

[1] Cf. Art. 47: O MERCADO GLOBAL LAMEC PRÉ-DILUVIANO, SUA FASE DE DEPRESSÃO NOÉ E A DIVISÃO TRIPARTITE DO MERCADO GLOBAL: SEM, CAM E JAFET (Art. 47, 3.5.1; 3.5.2., p. 239-244).

http://tribodossantos.blogspot.com.br/2013/05/o-mercado-global-lamec-pre-diluviano.html

[2]. Bíblia de Jerusalém, item “a”, no rodapé da p. 47, referente ao Gn 10, 1.

[3] . Cf. INÍCIO E TÉRMINO DA QUEDA DO MERCADO GLOBAL PRÉ-DILUVIANO: no Egito, na mesopotâmia e na civilização egéia (Art. 9, 1.2;1.2.1;1.2.2;1.2;3. P. 62-66):

http://tribodossantos.blogspot.com.br/2013/02/inicio-e-termino-da-queda-do-mercado.html

Cf. Peregrinação de Abraão pela Crescente Fértil no meio do dilúvio que abateu o mercado global pré-diluviano (Art. 10, 1.2.4;1.2.5;1.2.6;1.2.7. p.66-75):

http://tribodossantos.blogspot.com.br/2013/02/peregrinacao-de-abraao-pela-crescente.html